O USO DA TECNOLOGIA PARA A INCLUSÃO DE CRIANÇAS AUTISTAS NO ESPAÇO ESCOLAR

Por Mariana Carolina Teixeira de Freitas
Polo – Dois Vizinhos/PR
Data 06/09/2017

Fonte: Uol

Apesar dos desafios, a comunidade escolar encontra na tecnologia uma ferramenta pedagógica para estimular a comunicação e socialização de um aluno com autismo em uma rede de ensino regular.
A criança com autismo é ampara pela lei de diretrizes e bases da educação (LEI 9394/96), sendo seu ingresso garantido na rede regular de ensino. Em muitos casos, as escolas, sejam públicas ou privadas, não estão preparadas para receber alunos que necessitem de adaptações físicas, comportamentais ou pedagógicas. No entanto, a adaptação das instituições educacionais para o recebimento de alunos com deficiências é um fator fundamental para o sucesso de todo o processo de inclusão, que beneficia tanto os alunos inclusos como os demais alunos. Mais do que um ingresso de difícil adaptação, os desafios da inclusão incluem a permanência e a garantia de aprendizagem da criança autista.
O autismo “é um transtorno de desenvolvimento que geralmente aparece nos três primeiros anos de vida e compromete as habilidades de comunicação e interação social”. A criança diagnosticada com autismo possui dificuldade de socialização, o que pode implicar no atraso de seu desenvolvimento cognitivo e social. Estimular as potencialidades dos alunos autistas e ao mesmo tempo promover a socialização desses com os demais alunos é um desafio que professores enfrentam diariamente nas escolas.
Uma estratégia de inclusão através da tecnologia é utilizada pela professora Rita de Cássia em suas aulas na turma do segundo ano do ensino fundamental do Colégio Mundo Feliz. Com o apoio da equipe pedagógica, a professora Rita tem aderido ao uso de aplicativos para facilitar a comunicação e a aprendizagem do aluno Maurício Ricardo que foi diagnosticado com autismo aos dois anos de idade.
“Com o uso dos equipamentos, percebeu-se que Maurício fica menos ansioso, visto que se estabelece uma rotina, ordenando as atividades que serão desenvolvidas durante todo o dia” - comenta a professora. A estratégia é a seguinte: a professora, que tem o auxílio de uma ajudante, utiliza o aplicativo Minha rotina especial durante as aulas, estimulando o aluno a comunicar-se e a integrar-se no ambiente escolar.
O referido aplicativo é adquirido através da internet e tem como objetivo “organizar as informações sobre a rotina diária da criança de forma integrada, visualmente organizada e clara, propiciando aprendizados e colaborando para o desenvolvimento.” Esse aplicativo funciona como uma agenda diária, no qual são inseridas fotos da rotina do aluno, por exemplo, lanchar, escovar os dentes, hora do recreio, e assim por diante, enviando lembretes de todas as atividades que serão desenvolvidas pelo aluno durante o seu dia, as quais podem ser revistas através de um resumo do que foi realizado.
Para auxiliar o processo ensino-aprendizagem, a pedagoga do Colégio Mundo Feliz, Marilda de Fátima, diz que encorajou a professora a incluir outro aplicativo na sua rotina de atividades com o aluno Maurício. O aplicativo em questão é o Livox “que viabiliza uma comunicação alternativa para crianças, adolescentes e adultos que ainda não têm total domínio da comunicação verbal.” O Livox possui, aproximadamente, 12 mil símbolos e um repertório variado de frases e expressões comuns ao cotidiano, funcionando como um “catálogo de falas ditas em voz alta”. A professora Rita de Cássia esclarece que essa ferramenta é muito importante para o desenvolvimento da linguagem e que o aluno passou a demonstrar mais autonomia e independência nas atividades após o seu uso.
Os pais de Maurício estão contentes com o resultado do trabalho desenvolvido utilizando a ferramenta tecnológica. Helena, a mãe do menino, conta que Maurício está mais calmo e concentrado, características que não demonstrava antes de conhecer os aplicativos. E acrescenta que, em casa, os aplicativos também são usados. Ou seja, o estímulo é contínuo.

Por fim, a professora explica que o uso das ferramentas foi importante para que a individualidade de Maurício fosse respeitada e que os demais alunos participam ativamente do processo de inclusão, pois reconhecem que todas as pessoas possuem particularidades. A professora ainda acrescenta que é fundamental estimular o diálogo com a família do aluno, para que possam trabalhar em conjunto visando o pleno desenvolvimento da criança.     

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