A MÁQUINA BRAILLE
Por Jaqueline Antonello, 1186706
Polo – Dois Vizinhos
Data - 29/08/2017
Você já pensou em como um aluno cego pode
usar o livro didático na escola?
O
livro didático é tão utilizado nas escolas públicas que já quase virou material
escolar obrigatório, o seu uso é recorrente e pode auxiliar no processo de
ensino e aprendizagem de várias áreas do conhecimento. Mas isso serve para quem
enxerga o livro e consegue ler as informações e o conhecimento que ele traz. O
que fazer no caso do aluno que não vê? Deixá-lo sem o livro não é opção! Portanto
o jeito é partir para a transcrição.
Rimas
a parte, a ênfase recai sobre a necessidade de incluir o aluno cego em sala de
aula, também nos momentos em que o livro didático é utilizado. Tal inclusão
ocorre por meio da transcrição do livro para o código Braille e isso é feito
pelo uso da máquina Braille. Ainda que a transcrição do livro não ocorra em
sala de aula em tempo real, a tecnologia utilizada previamente para realizá-la
é essencial no momento do ensino. É nesse sentido que a tecnologia das máquinas
Braille está a serviço da inclusão e será foco da notícia que chocou
(positivamente) a comunidade douvizinhense: Centro de Apoio Pedagógico para
Pessoas com Deficiência Visual (CAP) será inaugurado na cidade no dia 04 de
setembro de 2017 e terá 4 máquinas Braille Perkins Smart.
De
acordo com os divulgadores das novas instalações do Centro no município de Dois
Vizinhos, tal construção foi realizada devido à necessidade de aumentar a rede
de apoio à pessoa com Deficiência Visual. Conforme relatos de muitos pedagogos
de escolas municipais e estudais da cidade: “Conseguir
um livro didático em Braille para alunos cegos demora mais de três meses!”. A
expectativa é que tendo um Centro de apoio mais próximo que conte com
instrumentos que possibilitem a transcrição dos livros para o código Braille,
esse processo seja muito mais rápido.
É
fato que a utilização do código Braille tem possibilitado a inclusão da pessoa
com deficiência visual no mundo letrado. Mesmo assim, cabe aqui a explicação de
que essa inclusão passou a ocorrer a partir do momento em que a linguagem
verbal escrita foi transcrita para um código possível de ser lido por pessoas
que não enxergam: um sistema de escrita que utiliza pontos no relevo.
Historicamente,
o processo de transcrição do código Braille tem sofrido muitas adaptações. O
trabalho de produção deste sistema de escrita que, comumente era feito a partir
do uso de reglete e punção, sofreu grandes modificações e se tornou um processo
mais rápido com o desenvolvimento de máquinas em que se pode digitar o código
Braille. Esse é o caso das máquinas Braille, especialmente das máquinas da
marca Perkins, uma das mais famosas na área e que já passou por três versões:
Clássica, Next Generation e Smart.
A
última versão da máquina Braille possui dois recursos muito inovadores, é o
caso do leitor digital e da função de “falar” aquilo está sendo digitado, mas
cada máquina dessas está avaliada em cerca de R$11.000,00 e o valor acaba por
dificultar a sua aquisição, ainda mais por instituições públicas que realizem
trabalhos específicos destinados a pessoas com deficiência visual. É também
nesse parâmetro que a inauguração do Centro em Dois Vizinhos se mostra
vantajosa, é uma instituição que poderá efetivar trabalhos inclusivos por meio
da tecnologia de ponta adquirida a partir da compra das 4 máquinas Braille
Perkins Smart.
Quanto
mais alunos cegos conseguirem aproveitar desta tecnologia que estará muito mais
próxima, melhor para os processos educativos e, consequentemente, melhor para a
sociedade, que a partir disso, se mostrará efetivamente inclusiva.
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